Numa época de desencontros como é a nossa, torna-se especialmente gratificante ler um depoimento como o da autora da seguinte carta:
"Quem lhe escreve, é uma desconhecida peregrina, que passou a maior parte de sua vida longe da Igreja Católica, e que há três anos ouviu o chamado interno de Nossa Senhora para voltar à Igreja.
Tenho 34 anos. Passei muito tempo perguntando-me: quem sou? De onde vim? Para onde vou?, de costas voltadas para a Igreja Católica, convencida de que o último lugar em que procuraria essas respostas seria o Catolicismo. Vasculhei muito; fui a religiões orientais, esoterismo, Nova Era... Editei uma revista chamada NAVE, onde abordava o mundo novo e a Nova Era, certa de que este era o caminho: o universalismo, o fim das religiões - que considerava separatistas - com a soma de todas elas. Até que um dia percebi que me enganava. E comecei a sentir uma alegria tão sobrenatural que sabia ser obra de Deus. Procurei de onde vinha - a fonte - e percebi nitidamente que vinha da Igreja Católica!
'Não é possível'.' - disse para mim mesma.
Mas era! E fui, levada pela orelha (era assim que me sentia), me reconciliar com a Mãe. Percebi então coisas lindas, que antes não via - vi que o Caminho da Igreja é mais interno (dentro de nós) do que externo; e tudo que havia fora (as regras, os exercícios espirituais, etc.) era para levar a pessoa mais para dentro, de encontro a Cristo.
Passei a rezar o Terço, a sentir a presença de Nossa Senhora na minha vida, limpando e transformando tudo. E tudo mudou!
... (Meu marido e eu) temos a intenção de estabelecer uma comunidade cristã-católica. ... Abandonamos tudo para isso. Nossa vontade (e acredito ser vontade de Nossa Mãe) é apresentar o Catolicismo ao pessoal que se afastou da Igreja, buscando Deus em outras religiões. Ou seja, falar com aqueles que estão do jeito que eu estava - procurando Deus num ashram (Mosteiro Budista), enquanto na Igreja está tudo . Para isso, sei que sou portadora da linguagem a ser utilizada.
Os jesuítas não tinham a missão com os índios?...
Aqui nós apontamos um caminho: a Igreja!"
Permita Deus que casos tais se repitam com freqüência..., pois "Senhor, Tu nos fizeste para Ti e inquieto é o nosso coração enquanto não repousa em Ti!” (S. Agostinho, Confissões I).
Estêvão Bettencourt O.S.B.
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