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Comentário: Nos meses de agosto-setembro 1981 ocorreu, através da imprensa do Brasil, ardente controvérsia em torno da real presença de Cristo na Eucaristia. A ocasião da polêmica foi a realização de uma Semana Eucarística na diocese de Caratinga (MG), à qual um escritor teceu críticas em linguagem pouco elevada. Embora a negação da verdade de fé tenha encontrado réplica de várias partes do Estado de Minas e do Brasil, será oportuno lembrar nas páginas de PR os porquês da fé católica na real presença de Cristo eucarístico. A Eucaristia é, sem dúvida, o mistério da fé por excelência; mas a fé tem suas credenciais; os fiéis católicos não devem professar os artigos de fé sem saber por que os professam, ... por que professam tais e tais, e não outros.
Por conseguinte, percorreremos abaixo alguns dos textos bíblicos mais salientes, assim como testemunhos da Tradição referentes à S. Eucaristia.
O Novo Testamento apresenta textos concernentes 1) à promessa, 2) à instituição e 3) à celebração da Sagrada Eucaristia, textos que dão claro testemunho da real presença do Senhor no sacramento do altar.
Examinemos as principais dessas passagens.
A promessa se acha consignada em Jo 6. O quarto Evangelista, escrevendo mais de trinta anos após os demais, ou seja, por volta do ano 100, não quis reiterar a narrativa da
Qual seria então o conteúdo de Jo 6?
1. 1 . O conteúdo de Jo 6
Reúne três episódios harmoniosamente concatenados a fim de incutir uma grande tese ou o mistério da Eucaristia: a multiplicação milagrosa dos pães (vv. 1-15) significa o poder de Jesus sobre o pão; o caminhar sobre as águas (vv. 16-21) - o poder do Senhor sobre o seu corpo e os elementos da natureza; por fim, o sermão sobre o Pão da vida (vv. 22-71), utilizando os ensinamentos dos dois quadros anteriores, anuncia um pão que será o próprio corpo de Cristo.
Nesse sermão, que nos interessa de modo particular, Jesus se propõe diretamente como o pão que dá a vida verdadeira, imortal. Alguns exegetas julgam que na primeira parte do
51 «Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá eternamente!
O pão que eu darei é a minha carne, entregue para a vida do mundo.
52 Puseram-se, então, os judeus a disputar entre si: ‘Como pode esse dar-nos a comer (phagein) a sua carne?'
53 Retornou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós.
54 Quem come (ho trogon) minha carne e bebe meu sangue, tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia.
55 Porque minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida.
56 Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim, e eu nele».
A clareza e a insistência destas palavras exigem sejam entendidas em seu pleno realismo. Note-se que no v. 52 os judeus perguntavam como Jesus lhes poderia dar a sua carne a comer (phagein, em grego); então, visando a esclarecê-los, Cristo, longe de enveredar por uma explicação alegorista, reafirmou o sentido literal das suas palavras, utilizando no v. 54 expressão ainda mais forte, isto é, o verbo trogo, que significa «mastigar, dilacerar com os dentes», sem sentido pejorativo, mas num realismo extremo.
Quem quisesse interpretar metaforicamente os dizeres do Mestre, deveria comprovar explicitamente a sua tese - o que seria difícil ou impossível, pois o sentido metafórico que as expressões de Jesus podiam ter em linguagem semita é inadmissível no contexto de Jo 6: «comer a carne de alguém» significaria metaforicamente «ofender essa pessoa, persegui-la até a morte» (cf. SI 26,2); «beber o sangue de alguém» equivaleria a «arder de ódio para com tal pessoa». Ora está claro que Jesus, em Jo 6,54, não podia convidar os seus ouvintes ao ódio para com o Divino Mestre, prometendo-lhes em troca a vida eterna.
Os ouvintes de Cristo entenderam naturalmente as palavras do Senhor em sentido literal, perguntando conseqüentemente, cheios de admiração: «Como nos pode dar a comer a sua carne?» (v. 52). Ora acontecia que, quando os discípulos se enganavam a respeito das afirmações do Divino Mestre, tomando ao pé da letra expressões que deviam ser entendidas metaforicamente, o Senhor tratava de desfazer o equívoco (cf. Jo 3,3-8; 4,32-34; 11,11; Mt 113,13t8); no caso, porém, de Jo 6, Jesus, visando a esclarecer seus ouvintes surpresos, não somente não atenuou o realismo de suas palavras, mas, ao contrário, o acentuou: nos vv.
1. 2. Uma objeção
Eis, porém, que o v. 63 tem causado dificuldades exegética «É o espírito que vivifica; a carne para nada serve. As palavras que Eu vos disse, são espírito e vida». Que tinha em vista o Senhor com esta advertência?
Jesus apenas visava a remover um entendimento grosseiro de suas afirmações, o entendimento chamado « cafarnaítico» (porque característico dos ouvintes de Cafarnaum, onde Jesus falava): não se tratava de comer carne enquanto tal (está claro que esta por si só não santifica o homem) nem de comer a carne do Senhor em suas condições terrestres (como se come a carne do açougue), mas, sim, de receber a carne de Cristo glorificada e elevada aos céus, emancipada das leis do espaço e do tempo. É a carne nessas circunstâncias novas que Jesus chama «espírito»; é espírito, porque está toda penetrada pela Divindade (na verdade, é a Divindade de Cristo que, mediante a carne, vivifica os fiéis na Eucaristia).
Acrescentou o Senhor que as suas palavras são espírito, não como se tivessem de ser entendidas em sentido figurado, mas pelo fato de terem um alcance espiritual e de exigirem um entendimento sobrenatural (na fé); são vida também, porque nos revelam o meio de termos a vida em nós.
S. Agostinho (+ 430), tão explorado pelos simbolistas, propõe de maneira admirável a exegese de Jo 6,63:
"A carne para nada serve, se ela está só. Que o Espírito (= a Divindade) se junte a ela; como a caridade se pode juntar à ciência, e então ela servirá muito. Pois, se a carne para nada servisse, o Verbo não se teria feito carne para habitar entre nós. Se Cristo muito nos valeu encarnando-se, como é que a carne para nada serve? Eis contudo que o Espírito se empenhou em nossa salvação mediante a carne. A carne foi o receptáculo: considera o que ela continha, não o que ela era. O espírito é que vivifica, a carne para nada serve: minha carne, que dou a comer, não é a carne tal como eles a concebiam (= como carne de açougue)" (In Io tr. 27,5).
São João Crisóstomo (+ 407) diz o mesmo sob nova forma:
“Se aquele que não come a carne de Jesus e não bebe o seu sangue, não tem a vida em si, como seria verdade que essa carne, sem a qual ninguém possui a vida, para nada serve? Vês, por conseguinte, que a frase 'A carne para nada serve' significa não a carne de Jesus, mas o modo carnal como eles escutavam" (In Io 6,30 hom. 47, ed Migne gr. LIX 265).
De resto, o sentido realista de Jo 6 é reconhecido por não poucos autores liberais e até protestantes (Zahn, Schanz, Bauer, Loisy).
É à luz de Jo 6 que se hão de entender os episódios abaixo referidos.
2. As narrativas da instituição
2.1. O conteúdo das narrativas
As narrativas da instituição durante a última ceia do Senhor empregam, por sua vez, palavras muito claras: «Isto é meu corpo... Isto é meu sangue». Cf. Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-24; Lc 22, 19s; 1 Cor 11, 23-25.
Jesus naquela ocasião, ao deixar as derradeiras instruções aos discípulos, terá evitado qualquer termo de sentido ambíguo (nas horas supremas e decisivas os homens costumam recorrer a linguagem precisa). Cristo, assentado à mesa com os Apóstolos, tinha diante dos olhos todas as gerações cristãs através da história; sabia previamente que de maneira geral, durante séculos e séculos, os seus discípulos haviam de interpretar os seus dizeres em sentido realista, prestando adoração ao SSmo. Sacramento. Não obstante, segundo as hipóteses racionalistas, Cristo, «que não queria ensinar a real presença na Eucaristia», teria usado termos ambíguos, induzindo em erro seus primeiros discípulos, homens simples e rudes, e, depois deles, uma multidão de fiéis cristãos! Diga-se mais: Cristo teria usado
"Jamais me pude persuadir de que Jesus, a Verdade e a Bondade mesmas, tenha permitido que por tantos séculos a sua Esposa, a Igreja, haja prestado adoração a um pedaço de pão em lugar de adorar a Jesus mesmo".
Ademais a fórmula de consagração do vinho soa, segundo Mt e Mc: «Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança que será derramado por muitos» (Mt 26,28; cf. Mc 14,24), frase que faz eco às palavras de Moisés: «Este é o sangue da Aliança... » (Ex 24,8). Ora não há dúvida de que o Legislador do Antigo Testamento, ao falar assim, tinha diante dos olhos o sangue de uma vítima a selar a Aliança sinaítica. Donde se pode concluir que Jesus, ao falar na última ceia, tinha em vista verdadeiro sangue, o seu próprio sangue.
Contudo costumam-se propor objeções à interpretação óbvia das palavras de Jesus.
2.2. Objeções
2.2.1. Ser = Simbolizar?
Vários são os textos da Sagrada Escritura
Jo 14,6: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida»;
Jo 15,1: «Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai o vinhateiro»;
1Cor 10,4: «A pedra era o Cristo» (texto particularmente utilizado pela exegese protestante).
Em resposta, far-se-á observar que o contexto de tais versículos indica suficientemente tratar-se de alegoria ou locução figurada, donde natural e evidentemente decorre o sentido simbolista do verbo ser nessas passagens. No contexto, porém, da última ceia, falta todo indício de simbolismo; arbitrário, portanto, e avesso aos princípios básicos da interpretação de qualquer trecho literário seria, na exegese de tais episódios, fugir ao sentido óbvio e literal do verbo ser.
Além disto, verifica-se que nas frases citadas o sujeito é um pronome pessoal ou um substantivo, sujeito bem determinado e por si mesmo diverso do respectivo predicado; a aproximação entre sujeito e predicado em tais sentenças só pode ser figurada ou metafórica. Ao contrário, nas frases da consagração eucarística o sujeito é um pronome demonstrativo, pronome que por si mesmo é indeterminado e vai receber sua determinação do substantivo com o qual ele está relacionado, podendo mesmo identificar-se com o significado deste substantivo. Na frase de Cristo, portanto, o pronome demonstrativo touto (em grego), isto ou este, relacionado com corpo, não somente não se opõe à identificação com corpo, mas exige-a, de tal modo é simples e clara a cópula é. Em outros termos: na afirmação do Senhor, o pronome «isto» (touto) designa uma substância existente sob as aparências externas do pão, substância cuja natureza é enunciada pelo predicado «meu corpo». De resto, nota-se que «isto (ou este) é meu corpo» equivale a «Eis aqui meu corpo», como incute a comparação de Ex 24,8 com Hb 9,20 (a fórmula «Este é o sangue» de Ex
No tocante a 1Cor 10,4, onde São Paulo aplica a metáfora do Rochedo a Cristo, note-se que este texto não pode servir para ilustrar a fórmula da consagração eucarística, pois o Apóstolo em 1Cor 10 exprime formalmente sua intenção de recorrer a uma metáfora: «Nossos pais todos beberam do mesmo alimento espiritual; bebiam, com efeito, de um
No início do século passado, os autores liberais apoiavam a sua interpretação simbolista na tese de que a língua aramaica,
Em 1828, porém, N. Wiseman publicou o estudo «Horae syriacae» , em que enumerava mais de quarenta verbos aramaicos capazes de exprimir a noção de «significar». Além disto, sabe-se que os Evangelistas e São Paulo escreveram em grego, usando a forma verbal esti (= é), e não semanei (= significa); assim fazendo, transmitiram-nos a interpretação autêntica das palavras de Jesus.
2.2.2. Em memória
O Senhor mandou repetir a ceia sagrada em sua memória (cf. 1Cor 11,24s). Ora, dizem, o memorial só se pode referir a pessoa ausente, não a presente. Cristo, por conseguinte, não está presente sob os véus eucarísticos.
Responder-se-á que não é absurdo falar do memorial de um ser presente, desde que este não apareça aos sentidos; com efeito, dizemos que nos lembramos de Deus, embora Deus nos esteja sempre presente (cf. SI 76, 3 na Vulgata e na trad. de Almeida); analogamente fazemos o memorial de Cristo, que de maneira invisível, mas bem real, se acha no sacramento da Eucaristia.
2.2.3. Cálice é aliança
Conforme Paulo e Lucas, Jesus disse: «Este cálice é a nova Aliança em meu sangue, que será derramado» (Lc 22,20; cf. 1Cor 11,25). Ora, assim como o cálice continuou a ser cálice após estas palavras, dir-se-á que também pão e vinho não deixaram de ser pão e vinho após os dizeres que, conforme Mt e Mc, Jesus proferiu sobre eles. Que replicar a isso?
Na realidade a fórmula de Pl e Lc coincide com a de Mt e Mc quanto ao sentido doutrinário, incutindo ambas a real presença; apenas se diferenciam no plano filológico ou estilístico. Ao passo que Mt e Mc empregam uma construção de frase muito lisa e clara, a tradição de Paulo e Lucas recorre a dois artifícios de redação, mencionando sucessivamente o recipiente em lugar do respectivo conteúdo (o cálice em lugar da substância do vinho que ele continha) no sujeito da frase, e o efeito em lugar da causa (a Nova Aliança em lugar do sangue que a tornou possível e a selou) no predicado da mesma frase; por conseguinte, se quiséssemos fazer abstração dos artifícios de estilo, teríamos em Pl e Lc a construção: «Isto (ou esta substancia que se acha contida no cálice) é o meu sangue, o sangue que acarreta e sanciona a Nova Aliança entre Deus e os homens». A construção artificiosa de São Paulo e São Lucas serve para exaltar a realidade da Aliança selada pelo corpo e o sangue de Cristo imolados, enquanto a formulação simples de São Mateus e São Marcos realça principalmente a realidade da presença do corpo e do sangue do Senhor que selou essa Aliança.
2.2.4. «Até que venha...»
Em 1Cor 11,26 lê-se: «Todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice, anunciais (katangéllete) a morte do Senhor até que Ele venha». Não quer isto dizer que não está presente na ceia eucarística Aquele cuja vinda ainda se espera no porvir?
No texto acima, São Paulo recorda o íntimo nexo que liga a ceia sagrada com a morte do Senhor (o verbo katangéllete no indicativo presente, conforme o autor protestante J. Weiss, implica mesmo a idéia de realização). A seguir, diz-nos o Apóstolo que esse «anúncio» sacramental da imolação do Senhor é permanente ou se efetua todas as vezes que se celebra a ceia eucarística, até que o Senhor Jesus haja por bem encerrar o atual regime da fé e dos sacramentos, tornando-se presente de maneira visível entre nós. Como se vê, o Apóstolo estabelece distinção entre «presença de Cristo glorioso, manifesto», tal como é aguardada uma vez para o fim dos tempos, e «presença do Senhor sacramental, velada» (mas bem real, como se deduz do contexto já analisado), tal como a temos na Eucaristia «todas as vezes», isto é, todos os dias. Não é o binômio «presença-ausência» que o hagiógrafo quer focalizar, mas, sim, a distinção entre «presença visível (a ser obtida uma vez) » e «presença invisível (que se verifica muitas vezes, permanentemente) ».
3.1. O texto de l Cor 11,27-30
Há uma passagem principal que, atestando a celebração da Eucaristia na Igreja nascente, dá claro testemunho da fé na presença real do Senhor:
"Todo aquele que comer desse pão e beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, examine-se cada um e então coma desse pão e beba do cálice. Pois todo aquele que come e bebe indignamente, come e bebe a própria condenação, por não discernir o corpo e o sangue do Senhor. É por isso que há muitos doentes e enfermos entre vós e muitos já morreram" (1Cor 11,27-30).
Neste texto o Apóstolo deduz conseqüências gravíssimas da profanação do pão e do vinho eucarísticos; a razão de tais penas é o fato de que se torna profanador do corpo mesmo e do sangue do Senhor quem viola o sacramento; a malícia de tal pecado e a condenação à morte, tanto temporal como eterna, de que fala São Paulo, não se entenderiam se a Eucaristia fosse mero símbolo do corpo e do sangue de Cristo. Donde conclui Goguel (o qual, não obstante, é adversário da presença real, por ter São Paulo na conta de grande inovador dentro do Cristianismo primitivo)
"Bachmann observa com razão que, se o Apóstolo diz 'réu do corpo e do sangue do Senhor', e não apenas 'réu perante o Senhor', isto se deve ao fato de que, para Paulo, o pão-corpo e o cálice-sangue são realmente o Senhor, e não (meros) símbolos. O caráter realista da concepção paulina explica também as conseqüências que, aos olhos do Apóstolo, tem a comunhão indigna" (L'Eucharistie des origines à Justin martyr. Paris 1910, 178).
3.2. Uma objeção
Eis, porém, que contra a interpretação acima parece levantar-se uma objeção por parte de 1Cor 10, 16-21. Nesta passagem São Paulo confronta a Eucaristia com os sacrifícios
Eis as palavras do Apóstolo:
“Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Já que há um só pão, nós todos, sendo muitos, constituímos um só corpo, porque todos participamos do mesmo pão. Considerai Israel segundo a carne: os que comem das vítimas não estão em comunhão com o altar? Mas que digo? Que a carne sacrificada aos ídolos é alguma coisa? Ou que o ídolo é alguma coisa?... Mas o que se sacrifica, aos demônios é sacrificado e não a Deus. Ora não quero que entreis em comunhão com os demônios. Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice dos demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demônios".
Que quer esta passagem dizer?
São Paulo intenciona proibir formalmente aos seus fiéis a participação nos banquetes rituais em que se comiam carnes imoladas aos ídolos. Em vista disto, alude a uma crença
Quanto ao fato de que o Apóstolo em 1Cor 11,23-28 fala repetidamente de pão, referindo-se à Eucaristia, não quer dizer que negue a real presença do Senhor: embora as aparências de pão permaneçam as mesmas depois de proferidas as palavras da consagração (permanência que nos habilita a falar sempre de pão), São Paulo muito recomendava aos seus fiéis que discernissem do pão comum esse «pão» que é o Corpo (cf. 1Cor 11,29).
Em conclusão, verifica-se que a real presença de Cristo na S. Eucaristia constitui uma proposição de fé freqüentemente atestada pela Sagrada Escritura. A Tradição cristã, ininterruptamente desde a era dos Apóstolos, ensinou esse dogma e dele até hoje recebe sua vitalidade.
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