(Revista Pergunte e Responderemos, PR 373/1993)
Em síntese: O Arcebispo de Tolosa (França), Mons. André Collini, dirige-se às pessoas que não aceitam os princípios da Moral Católica (princípios que, aliás, não são, muitas vezes, senão os princípios da lei natural). Mostra-lhes que, já aos olhos do bom senso, o uso de preservativos é ineficaz para evitar o contágio de vírus malignos; além de não oferecer plena segurança de profilaxia, os preservativos cedo ou tarde deixam de ser utilizados pelos interessados, seja porque diminuem o prazer, seja porque, em ambientes alcoolizados e entregues a paixões violentas, tal cuidado parece despropositado ou inexeqüível. Mais: a Campanha em favor dos preservativos dá a entender que a promiscuidade e a plena liberdade em matéria de sexo são algo de aceitável, desde que se tomem cautelas "profiláticas”; ora esta conclusão é errônea não só aos olhos da fé, mas também aos olhos da própria razão.
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Vai, a seguir, traduzido um artigo de Mons. André Collini, arcebispo de Tolosa (Franca), publicado no Bulletin Diocésain de Toulouse (05/07)1992). Versa sobre o tema, muito atual também no Brasil, dos preservativos, indicados como profiláticos contra a AIDS. Como diz o texto se dirige principalmente aos jovens... e aos jovens que não pretendem observar as diretrizes da Moral Católica. Argumenta, pois, em nome da razão e do bom senso, prescindindo de razões de fé - o que se torna especialmente interessante para os cidadãos de um mundo secularizado.
O TEXTO
"Recentemente as autoridades governamentais e os meios de comunicações sociais lançaram de novo, e com grande vigor, uma campanha que pretende ser 'Campanha de Prevenção contra o Flagelo da AIDS'.
Notemos que essa Campanha se dirige prioritariamente aos jovens e às jovens que não vivem maritalmente de modo estável, ligados ou não por um contrato matrimonial. Notemos também, que o único meio proposto para impedir a expansão do flagelo é o uso do preservativo masculino.
As considerações que se seguem, situam-se neste quadro. Tencionam dirigir-se aos jovens, inclusive àqueles que não admitem, neste setor, as exigências da Moral da Igreja Católica. Lembremos, porém, para ser claros, que essas exigências são de dois tipos:
De um lado, a união sexual só tem seu pleno sentido humano na medida em que é inseparável do amor que liga um homem a uma mulher, de modo irreversível, excluindo qualquer outra relação sexual com outros parceiros; tal união há de ser aberta à fecundidade carnal e espiritual. Doutro lado, é gravemente culpada a pessoa que, para satisfazer aos seus impulsos ou ao seu desejo de prazer, põe em perigo a vida de um parceiro ou de um terceiro, negligenciando as precauções necessárias.
Após este lembrete, desejo propor algumas reflexões correspondentes às seguintes questões: uma Campanha de prevenção estruturada unicamente sobre o uso do preservativo masculino goza de plena garantia de eficácia? Não se pode crer que, ao contrário, ela multiplica os riscos que ela pretende combater?
Uma Campanha que chama a atenção da opinião pública apenas para tal recurso, é perigosa, principalmente se ela favorece a distribuição quase gratuita de preservativos nos lugares públicos e principalmente nos estabelecimentos escolares.
- Perigosa, primeiramente porque não é certo que tal meio preserve cem por cento e em todas as circunstâncias contra as infecções devidas aos vírus responsáveis pelas doenças sexualmente transmissíveis.
- Perigosa, principalmente porque tal Campanha difunde a idéia de que são normais as relações sexuais precoces e a 'vadiagem' sexual... como se tais comportamentos não tivessem conseqüências psicossomáticas sobre as Pessoas nem alguma influência sobre as estruturas fundamentais da sociedade. Seria bom que se desse atenção aos especialistas em ciências humanas que manifestam a propósito sérias reservas e advertências. Verdade e que sua voz não se faz ouvir facilmente nos meios de comunicação social.
Uma Campanha de tal tipo corre o risco de ter efeitos perversos. Convida o adolescente a passar à prática por curiosidade ou por receio de ser anormal'...
Uma vez dado o primeiro passo, os jovens relutam para usar preservativos. O uso deste diminui a intensidade do prazer. Numa ligação que pretende ser 'amorosa', o preservativo pode ser interpretado por um dos parceiros como falta de confiança ou como um reconhecimento mascarado de doença.
Por fim, o uso do preservativo torna-se praticamente impossível quando o encontro se realiza em circunstâncias que diminuem consciência ou a plena liberdade do ato: assim, no ambiente agitado de certas reuniões de jovens, em contexto alcoolizado ou simplesmente na concessão a impulsos imprevistos e não dominados.
Nessa tarefa, como em qualquer outra, não se pode simultaneamente favorecer o
Uma Campanha de prevenção, para ser eficaz e sem ambigüidades, não deve recear alertar contra os perigos de relações sexuais precoces com parceiros múltiplos. O melhor meio de lutar contra a AIDS é devolver à sexualidade humana toda a sua dignidade; dever-se-ia mesmo ousar lembrar que o autodomínio é um fator de liberdade, abre a via a um amor que não se reduz ao mero prazer, à paixão apenas e tão-somente à satisfação de dois egoísmos solitários, mas se orienta para a plena comunicação de duas pessoas.
Se estas reflexões não vos convencem, escutai ao menos a declaração de um dos melhores especialistas de AIDS, o Professor Luc Montagnier, feita ao jornal Le Monde:
'O poder político está mal situado nesta questão. Penso principalmente que a televisão poderia e deveria fazer muito mais em prol da prevenção. Creio também que deu ênfase demasiado unilateral ao papel dos preservativos masculinos. Eu desejaria ver Campanhas baseadas sobre o tema: Vós sois responsáveis:'.
Que advertência e que desafio!"
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Como dito, o texto tem o valor de mostrar não somente a inépcia, mas também as conseqüências desastrosas das Campanhas pró-preservativos, pois, em vez de coibir as doenças, fomentam as causas que as originam, ou seja, a promiscuidade sexual.
Verifica-se outrossim que o autor do artigo teve em mira particularmente os jovens desejosos de levar vida sexual precoce. É certo, porém, que as ponderações de Mons. Collini são válidas para todo tipo de relacionamento sexual alheio às normas da lei natural; por conseguinte, dirigem-se também a quem se entrega ao homossexualismo.
Possa afinal o bom senso calar fundo no ânimo dos interessados!
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