Com efeito. Reflitamos um pouco: admita-se que três engenheiros desejem colaborar entre si na construção de uma ponte. O primeiro, porém, afirma que "dois e dois são quatro"; o segundo, na sua matemática, diz que "dois e dois são três", e o terceiro que "dois e dois são cinco". Ora está claro que, divergindo assim sobre Aquele que pensa "dois e dois são quatro", tendo a evidência de estar com a verdade, preferirá dispensar a colaboração dos dois colegas, pois sabe que esta só poderá ser nociva, acarretando falhas e vícios na obra. Aliás, é o próprio bem comum que pede que o engenheiro possuidor da verdade não queira fazer como se estivesse no erro. Quanto àquele que julga que "dois e dois são cinco", pelo fato de se achar no erro, não estará seguro na sua posição (o erro nunca é evidente por si mesmo); por conseguinte, não terá dificuldade em proceder como SE "dois e dois fossem três"; a fusão com as opiniões de outros pode ser vantajosa para quem está no erro. É isto que não se dá com quem está na verdade; sabe que para empreender uma ação comum fecunda, deve haver entre os colaboradores concórdia baseada sobre a VERDADE.
Tal caso explica bem a situação dos católicos perante a chamada Legião da Boa Vontade. Esta, por estar no erro (é de fundo espírita ou meramente liberal), pode propor aos
Assim se entende porque os católicos, embora amem (e justamente porque amam) profundamente a qualquer protestante ou espírita, não podem aceitar a "irmanação das religiões"; têm que afirmar a verdade inteira, sem dissimular o que ela possa apresentar de alheio às crenças de outrem, porque, do contrário, estariam pondo o candeeiro debaixo da mesa e prejudicando a todos. Somente em pontos que não impliquem desditas aos grandes princípios doutrinários da Verdade(como o combate ao materialismo e ao bolchevismo), pode haver ação comum entre católicos e não-católicos.
Ainda se deve notar quão confusa é a expressão "religiões irmanadas". Dá a entender que cada religião é produto do bom senso de um povo ou de um grupo de homens e que cada indivíduo escolhe a sua religião segundo a sua boa vontade. Longe disto, porém, está a verdade.
“Religião” significa “ligação, intercâmbio entre Deus e os homens” Neste intercâmbio é Deus que tem a primazia, pois, por definição, Ele é o Senhor do homem. Por conseguinte é Deus quem dita o modo como a criatura O deve procurar e atingir, é Deus quem revela a religião; não toca aos homens a tarefa de conceber a religião ideal. Ora, já que a religião é ditada por Deus, e Deus é um só para todos os homens, só pode haver uma Religião; os outros cultos ou credos são sistemas humanos que não merecem ser chamada “Religião”, muita menos irmanada com esta.
E a única Religião é a que Deus mesmo ensinou (e continua a ensinar), tendo-se feito homem após longa preparação e prolongando o seu ensinamento até hoje na Sua Igreja sempre vital e fecunda.
GAÚCHO (Cachambi)
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