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quinta-feira, 15 de março de 2007

Aborto: um testemunho pró-vida

(Revista Pergunte e Responderemos, PR 443/1999)

O Movimento Pró-Vida tem por praxe enviar alguns de seus membros às portas das Clínicas que clandestinamente praticam o aborto. Procuram educadamente dissuadir as pessoas que se dispõem a entrar, à procura da operação mortífera.

Conversam com as interessadas, sujeitando-se a qualquer tipo de acolhida, para tentar salvar a vida dos inocentes e ajudar os genitores em sua dolorosa situação.

Abaixo segue-se o testemunho de uma dessas beneméritas vanguardeiras, que deseja guardar o anonimato:

"'Naquela manhã vocês foram verdadeiros anjos!'

Eram mais ou menos 11h00m da manhã. Já havia duas horas que estávamos de pé em frente a uma das muitas "clinicas" especializadas em encaminhar gestantes para a realização de aborto. Nosso trabalho consistia, como de costume, na oração do terço e na distribuição de folhetos explicativos a todos os transeuntes que passavam por aquela rua. Nosso pequeno grupo, de mais ou menos oito pessoas, desdobrava-se para que nenhuma moça ou casal que estivesse prestes a entrar naquele lugar de morte, ficasse sem aconselhamento. Com a graça de Deus, percebemos que nessas ocasiões nossa resistência física é de alguma forma reforçada, pois, mesmo após muitas horas ao sol, não sentimos sede nem vontade de sentar. No entanto, precisamos ficar muito atentos para não deixar de perceber de longe a presença de algum caso "suspeito", para então agirmos rapidamente, antes que os agentes do centro de atendimento à morte o façam.

Num desses dias, enquanto rezávamos o terço, percebemos que um jovem casal se aproximava vagarosamente, tentando identificar o local que desejávamos que nunca existisse. Imediatamente, aproximei-me do casal a propósito de entregar-lhes um folheto. A mulher, bastante nervosa, olhava as fotos coloridas com muita atenção. O marido nada dizia - estava perplexo. Conversamos sobre o início da vida humana, o horrendo crime do aborto e toda a enganosa propaganda para que mulheres se livrassem de seus problemas pela morte de seus filhinhos nascituros.

A essa altura alguns companheiros já estavam rezando nesta intenção, pois percebiam que já estávamos conversando havia muito tempo. Felizmente, um prestimoso membro de nosso grupo aproximou-se para conversar com o casal, enquanto eu ganhava fôlego e pedia a Deus que os livrasse. Era hora de uma ação mais drástica; a situação não poderia mais se estender então, perguntei à mulher: 'Com quantos meses você está?'

Ali estava a resposta de Deus. Ao ouvir aquela pergunta tão simples, porém incisiva, a pobre mulher caiu em prantos e confessou todo o intento. O casal já possuía três filhos, e um quarto representava uma preocupação financeira angustiante naquele momento.

Sim, caros leitores, este é um dos principais motivos pelos quais um casal pensa em se desfazer do fruto de suas entranhas. Mas Deus tem seus planos. Aquele casal que viera de outra cidade, atraído talvez pela possibilidade de não serem 'descobertos', encontrara ali mesmo, no local de desolação, a mão salvadora do Senhor pois onde reina o pecado, a graça de Deus abunda (Rm 5, 20). Deus os fez voltar para casa com a esperança de que tudo se arranjaria, e de que aquele bebê, antes de ser uma ameaça, seria, na verdade, uma grande bênção.

No dia seguinte fomos visitá-los. Apresentamo-nos apenas como amigos distantes do casal, que para nossa surpresa gozava já de grande alegria. Sentamo-nos no sofá para uma ligeira conversa com os pequeninos, que esperavam ansiosamente a chegada do irmãozinho. Não era preciso muito. Como sempre, Deus já tinha feito todo o trabalho, e a nossa visita era apenas a celebração do amor do Pai

À saída, o esposo acompanhou-nos até o carro e pronunciou aquelas palavras que até hoje ressoam aos nossos ouvidos e nos fazem mais conscientes de nossa missão pró-vida: 'Naquela manhã vocês foram verdadeiros anjos!'

Antes de nos envaidecer, esta frase serve para nos lembrar que Deus é mais e que nós, batizados, devemos estar sempre a Seu serviço".

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